Mapa das Ações afirmativas no país

Mapa interativo das ações afirmativas nas Universidade públicas do país

O EDUCAFRO (ONG cujo objetivo é é reunir pessoas voluntárias e solidárias que lutam pela inclusão de negros, em especial, e pobres, em geral, nas Universidades Públicas ou Particular com bolsa de estudos, possibilitando seu empoderamento e mobilidade social) lançou essa ferramenta para acompanhamento das Universidades que promovem Ações Afirmativas.

Contribuição de Renato de Alcantara

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Existe racismo no Brasil?

Em estudos realizados no módulo 3 deste curso GPPGR: Políticas Públicas e Raça é possível perceber a trajetória da discriminação do negro no Brasil desde a época da escravidão até os dias de hoje.
Segundo MUGANGA (2003:27) citado no texto Introdução ao Racismo “o conceito de raça, tal como o empregamos hoje, nada tem de biológico. É um conceito carregado de ideologia, pois como todas as ideologias ele esconde uma coisa não proclamada: a relação de poder e de dominação”. Assim é até hoje, mesmo que se avancem os estudos e pesquisas sejam quais forem, sempre haverá o intuito de tirar proveito de uma situação e infelizmente a sociedade capitalista prevê tais atitudes, principalmente nas questões raciais, já que em alguns momentos existe a associação entre o negro e a pobreza. Mas voltando ao contexto vê-se que as questões raciais são empregadas no convívio humano por meio de divergências culturais e classicistas, estas geram uma situação de intolerância extremada que chegam ao ódio e agressividade, estes fatos culminam no chamado racialismo – “conjunto das ciências que buscam comprovar que a raça humana está subdividida em outras raças ou sub-raças”. Este fato passa a ser chamado de racismo científico, já que surgiu a partir do estudo científico de raça no século XIX, cujas conseqüências foram imensuráveis como o colonialismo (política pela qual uma nação mantém sob seu domínio econômico, político ou cultural outra nação ou território), o nazismo e a apartheid. Ambos os eventos tinham como base a escravidão e/ou extermínio da raça considerada inferior. Outra forma de pensar o racismo vem como uma derivação do etnocentrismo, uma forma de julgar outra pessoa ou grupo a partir da aparência ou comportamento – racismo etnocêntrico – este ganhou força com a vinda de imigrantes europeus no século XIX. Tais questões geraram conflitos cujas conseqüências foram e são irreparáveis até os dias de hoje.
Se pararmos para pensar o negro passou de escravo a assalariado e a partir do capitalismo tornou-se “desempregado”, numa forma grosseira de dizer. Isso porque o indivíduo negro não possuía qualificação para um trabalho que garantisse sua ascensão na sociedade restando apenas os serviços braçais, ou seja, trabalhos pesados e sem valorização nenhuma. Infelizmente o passado escravista registrou no inconsciente coletivo a absurda noção da inferioridade do negro, criando-se um preconceito que se manifesta de variadas formas. Assim, mesmo com o Brasil sendo o país com a segunda maior população de negros no mundo, de acordo com dados do IBGE, poucos deles tem acesso a um mercado de trabalho digno, escolas privadas ou universidades, ou seja, o Brasil negro ocupa a 120ª posição mundial enquanto o Brasil branco ocupa a 63ª.
Hoje o racismo está presente entre a população de forma camuflada, no chamado “racismo retroativo” no qual as pessoas de um modo geral dizem conhecer racistas, presenciar situações de racismo mas nunca participar destas, fator este comprovado pelo jornal Folha de São Paulo o qual intitula o racismo cordial(existe nas piadas, brincadeiras, comportamentos, mas são desprovidos de agentes)), então o Brasil deixa de se tornar modelo de tolerância racial, visto que as pesquisas o apontam como um país racista.Hoje busca se analisar as desigualdades raciais por meio de estatísticas, como é o caso do IBGE que separa e verifica grupos por meio de indicadores como anos de escolaridade, moradia, mobilidade social, entre outros. De acordo com as pesquisas realizadas e dados do IBGE é possível perceber que nos últimos cinco anos as desigualdades raciais persistiram. Nesse período, de 1999 a 2008, percebe-se o crescimento dos assalariados, nos anos de estudo (embora ainda insatisfatórios), no trabalho doméstico e sua informalidade (principalmente entre pretos e pardos). E quando os negros rompem a barreira educacional, estudando o mesmo tempo que o branco e pertencendo a uma boa classe social passam a enfrentar outro obstáculo: a discriminação pela cor, não atingindo o ápice de sua carreira, este geralmente ocupado pelo branco.
Ainda em relação à cor observa-se a transmissão de desvantagens cumulativas passadas de geração em geração perpetuando as condições e perpetuando as questões de discriminação e desigualdade racial. Percebe-se que a tão sonhada democracia racial está longe de ser alcançada e divide-se em partes de acordo com a política vigente do país. Sabe-se ainda que uma sociedade diversa como a existente em nosso país necessita de pessoas capazes de formar opiniões e expressá-las de forma coerente, que seja de acordo com a realidade de cada grupo, isso só acontecerá, se acontecer um dia, quando passar a existir a igualdade de oportunidades,a família negra reconhecer sua identidade e seu papel na sociedade (ser reconhecida) e a escola for local de aprendizagem e não um instrumento de reprodução e exaltação da cultura e costumes europeus. A cidadania deve ser plena para todos: negros, brancos, ricos, pobres, homens, mulheres...

Nenhum comentário:

Postar um comentário