Mapa das Ações afirmativas no país

Mapa interativo das ações afirmativas nas Universidade públicas do país

O EDUCAFRO (ONG cujo objetivo é é reunir pessoas voluntárias e solidárias que lutam pela inclusão de negros, em especial, e pobres, em geral, nas Universidades Públicas ou Particular com bolsa de estudos, possibilitando seu empoderamento e mobilidade social) lançou essa ferramenta para acompanhamento das Universidades que promovem Ações Afirmativas.

Contribuição de Renato de Alcantara

domingo, 2 de outubro de 2011

O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE


A mulher, adaptada desde a infância ao ambiente do lar e ao discurso ideológico da submissão, ficou muito tempo restrita à integração na sociedade, ocupando-se em moldar um corpo reprimido numa inteligência aprisionada, interferindo de forma significativa em seus conhecimentos, capacidade de criar ou recriar os conceitos vigentes em sua época. Na década de 80/90 surge o feminismo, movimento feito pelas mulheres a fim de questionar a Constituição voltada para uma sociedade puramente machista, este movimento trouxe para dentro dos partidos políticos, a questão da participação ativa e crítica da mulher. Com o passar do tempo ela veio conquistando seu próprio espaço na sociedade causando certa crise de identidade para os homens, principalmente para os machistas que não aceitam a emancipação da mulher e se perdem em suas próprias atitudes quando percebem que essa emancipação é inevitável e irreversível.
Homem e mulher são seres humanos iguais em dignidade e direitos, e o que as mulheres propõem é simplesmente que a sociedade se estruture em função dessa igualdade, já universalmente declarada, mas ainda não concretizada, pois apesar de sua conquista existem algumas contradições quanto à inserção da mulher no mercado de trabalho, por exemplo. Muitas são trabalhadoras, mas seus salários ainda são menores que os dos homens, independentemente do setor que ocupa e até mesmo do nível de escolaridade. Além disso, a própria escola continua a reforçar os estereótipos sexuais.
De acordo com ROMERO (1995) “o homem torna-se humano, dentro da dimensão de sentido, nos valores que ele cria com base nos quais instaura um sistema de significados”. Sendo assim, vê-se que os processos de simbolização são muito importantes no estudo da cultura corporal. O corpo humano é uma parte muito especial do universo, pois nele habita o próprio indivíduo que percebe o mundo. Transcendendo a simples diversidade anatômica e fisiológica, a percepção do corpo conduz a uma diferenciação de gênero.
Para a mulher trabalhadora, casada e com filhos, a relação de lazer e trabalho torna-se ainda mais complexa por causa da dupla jornada que deve enfrentar (trabalho e tarefas domésticas), sobrando quase nada para o tempo de lazer, “nesse quadro em que ela é um elemento da hierarquia familiar, não há espaço para a mulher indivíduo” (BARROS, citado por ROMERO 1995)
  Nessa perspectiva damos ênfase a palavra sexo restringindo-se à sua definição biológica, sendo que a diferença entre os dois sexos, além dessa definição, refere-se às respectivas representações sociais e culturais. Percebe-se então que por detrás do termo há toda uma maneira de repensar a sociedade. Considerando a noção de cultura num sentido amplo, esta consiste num conjunto global de modos de fazer, ser, interagir e representar que, produzidos socialmente, envolvem os já comentados símbolos que definem o modo pelo qual a vida social se desenvolve. Sua análise implica tanto o produto da atividade humana quanto o processo. Assim cada sociedade particular efetua sobre o corpo uma série de ações que são operacionalizadas com base em técnicas corporais, tais como: posturas, movimentos na alimentação, na higiene, nas práticas sexuais, técnicas esportivas, etc.
           Portanto, é preciso que os desafios, os desejos, a curiosidade, a vontade de resistir, de ousar, distinguem os seres humanos na busca constante pelo desconhecido. Que a mulher na sociedade atual não se contente em apenas adquirir hábitos, mas que se desvincule dos modelos, das culpabilidades, das marcas que a sociedade inscreveu seus corpos, pois esta é cada vez mais um importante personagem na conquista de um novo modo de pensar e agir dos seres humanos, e como diz WALDOW, 1994 ela aponta para “outra alternativa” de ser, de relacionar-se, de conviver, de amar, de fazer a história. O que essas mulheres têm a dizer sobre sua visão de mundo e de transmitir suas experiências e saberes atuando por mudanças criativas que se impõem no presente e no futuro?

WALDOW, Vera Regina. A mulher na atualidade.  A terceira idade. Vl5, nº8, ed. SESC, São Paulo, junho de 1994, págs 17 a 24
ROMERO, Elaine. Corpo, mulher e sociedade(org). Campinas,SP: Papirus,1995.
     Políticas públicas e gênero. In: Curso de formação em gestão de políticas públicas em gênero e raça/ GPP-GeR, Módulo ||, unidade |. 
Por Gélia Cabral Cereza


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