Mapa das Ações afirmativas no país

Mapa interativo das ações afirmativas nas Universidade públicas do país

O EDUCAFRO (ONG cujo objetivo é é reunir pessoas voluntárias e solidárias que lutam pela inclusão de negros, em especial, e pobres, em geral, nas Universidades Públicas ou Particular com bolsa de estudos, possibilitando seu empoderamento e mobilidade social) lançou essa ferramenta para acompanhamento das Universidades que promovem Ações Afirmativas.

Contribuição de Renato de Alcantara

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Discriminação Institucional e Branquitude

DISCRIMINAÇÃO  INSTITUCIONAL 

A discriminação  institucional  (Bento, 1992)  tem  caráter  rotineiro  e contínuo,  sistêmico,  às  vezes  burocrático,  pode  variar de aberta ou encoberta,  visível  ou  escamoteada  da  visão  pública.  É importante salientar que:
·         discriminação institucional ocorre independente do fato de as pessoas terem ou não preconceito aberto, terem ou não intenção de discriminar;
·          racismo institucional faz parte da lógica das sociedades racistas;
·         comportamentos  de gestores, aparentemente livres de preconceitos, podem   gerar   conseqüências   negativas   para   os   grupos  sociais discriminados.
   São exemplos de discriminação institucional:
·         a   ausência  de  negros  nos  postos  de  trabalho,  mesmo  que  não ocorram atos isolados de vandalismo contra negros;
·         as  altas  taxas de mortalidade entre crianças negras, decorrentes de habitação ou alimentação inadequadas;
            É necessário chamar a atenção para os seguintes fatos:
·         a discriminação  racial tem como motor o desejo de manutenção e a conquista de privilégios de um grupo sobre outro;
·         a  noção  de  privilégios  é  essencial: o desejo de manter o privilégio, combinado ou não com a rejeição aos negros, gera discriminação;
·         a  discriminação  é  uma ação que restringe, que viola direitos e, para combatê-la,    necessita-se    da    criação    de    normas   regras,   leis institucionais. (CERT 2005  p.65)
CERRT, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades. Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Educação. São Paulo, 2005.

DISCRIMINAÇÃO INSTITUCIONAL E BRANQUITUDE

            A discriminação institucional tem caráter grupal, coletivo funciona como um acordo não verbalizado de modo que os agentes, em diferentes contextos, atuam de maneira similar, ou seja, sempre na defesa dos interesses do grupo.
            Muitas vezes, gestores brancos em lugares de poder oferecem grandes resistências á implementação de políticas de promoção da igualdade racial. Provavelmente muitos deles não se reconhecem como parte indissociável do quadro que gerou a desigualdade racial, bem como de sua reprodução contemporânea e de seu modo de funcionamento.
Em pesquisa realizada na administração pública, Bento (2002) observou que gestores organizacionais, habitualmente omissos quanto à discriminação contra negros, mostravam-se preocupados com a possibilidade de as políticas de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial, discriminarem os brancos. Essa cumplicidade parece ser um importante elemento de identificação e de identidade branca, que influencia a ação desses gestores no cotidiano do trabalho.
            Vale lembrar que os brancos são “racializados” simplesmente por viverem em uma sociedade racializada, é necessário observar a experiência de ser branco. A ação de um gestor está sempre informada por essa condição de branco, que não é neutra, embora busque aparentar neutralidade. É sempre salutar perguntar: “ O que significa ser branco no Brasil”.   

CERRT, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades. Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Educação. São Paulo, 2005.


Para assistir a vídeos sobre este tema, siga o link abaixo.
http://www.ceert.org.br/videos.html

(Contribuição de Wendes Axis Cordeiro)

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