Sendo assim, encontrei esses dois depoimentos de Lélia Gonzalez, intelectual negra que escreve, entre outras coisas, o artigo A questão negra no Brasil mostrando que o racismo cria mecanismos para a manutenção do papel subalterno do/a negro/a na sociedade de classes. Além disso criticava duramente a ideologia que relegava as mulheres aos papeis sexuais , de trabalho e maternais similares aos do período colonial escravocrata.
Cada parte tem cerca de 11 minutos. Gostaria muitíssimo que você comentasse as instigantes falas dessa fantástica pensadora.
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ResponderExcluir"Woman is the nigger of the world"
ResponderExcluirMulheres ganham menos para realizar os mesmos serviços. Mulheres têm jornadas múltiplas de trabalho. Mulheres são exploradas sexualmente sem que ao menos se deem conta. Mulheres devem ser profissionais, mães, companheiras, competentes, vaidosas e sensuais. Mulheres apanham de seus "companheiros" e até de desconhecidos pelas ruas.
Ser mulher é um fardo.
"Os negros apresentam suas armas/ As costas marcadas as mãos calejadas/ e a esperteza que só tem quem está cansado de apanhar"
Negros ganham menos para realizar os mesmos serviços. Negros precisam ser mais bonitos, mais limpos, mais inteligentes, mais esforçados, mais musicais, mais atléticos para serem respeitados (e ainda assim...). Negros sofrem discriminação antes mesmo de conseguirem abrir a boca. Negros são os primeiros a ser revistados pela polícia. Negros brasileiros se acham menos negros. Negros bem sucedidos dificilmente procuram parceiros negros.
Ser negro é um fardo.
QUANDO MUDAREMOS ISSO?
A fala é contundente e clara. A questão é como mudar as atitudes e os sentidos. Convivo com crianças negras que não aceitam seus cabelos, sua pele, lindas crianças que se escondem e sofrem em escolas "brancas". A questão da imagem é fundamental, é preciso ter políticas efetivas de distribuição da imagem, de forma que nos seja permitido ver o que somos nas novelas, nos shows, nos comerciais. Atitude de re-conhecimento.
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